
Em janeiro deste ano, Asas de Socorro recebeu uma chamada de emergência da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) para resgatar uma jovem indígena de 17 anos que havia sido picada por uma cobra.
Sua vida estava em risco, e a prioridade naquele momento era salvar essa vida preciosa.
O que tornou essa situação ainda mais marcante foi o fato de que, há mais de cinco anos, a entrada de missionários nessa aldeia estava proibida pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), e, por isso, os voos de Asas de Socorro também não estavam sendo realizados naquela região.
No passado, essa mesma aldeia colecionava histórias de apoio e ajuda prestadas pela nossa organização.
Diante de um pedido tão urgente e movidos pela convicção de que Deus nos deu as ferramentas necessárias para cumprir essa missão, enfrentamos uma grande barreira: não tínhamos autorização para pousar na aldeia.
De maneira imediata, nosso Superintendente de Operações, enviou um documento solicitando a liberação do resgate. Em apenas 30 minutos, a FUNAI aprovou o pedido, autorizando o pouso naquela aldeia.
Com todas as permissões em mãos, o voo de emergência foi iniciado. Nossa equipe, sempre está preparada para atuar em situações críticas, ou de emergência e agiu com rapidez e eficiência.
Em menos de 60 minutos, todas as tarefas necessárias – desde o abastecimento da aeronave, a preparação de kits de alimentos e emergências e até a organização da documentação, foram concluídas, permitindo que a operação resgate começasse.

Como há cinco anos nenhuma aeronave de Asas de Socorro pousava na aldeia, o piloto realizou um sobrevoo para verificar as condições da pista. Após uma análise cuidadosa, ele concluiu que seria seguro pousar sem comprometer a operação.
Sem comunicação prévia com Asas de Socorro, a comunidade indígena não sabia que o avião estava a caminho para ajudá-los. Quando o piloto pousou, os indígenas se aproximaram emocionados, muitos quase chorando e pedindo desculpas porque a pista não estava limpa como costumava estar no passado.
Anteriormente, os missionários que viviam na aldeia haviam ensinado a importância de manter a pista sempre em condições seguras, o que permitiria pousos e decolagens em situações de emergência.
Esse hábito, no entanto, havia sido abandonado desde a proibição dos voos naquela Aldeia.
Ao desembarcar, o piloto imediatamente pediu pela paciente, sabendo da urgência de transportá-la para Lábrea, onde uma equipe da SESAI a aguardava para oferecer o atendimento médico necessário.
Contudo, o piloto enfrentou um costume da aldeia: a liderança local insistiu que ele só poderia decolar após a pista ser completamente limpa. Um grupo de seis indígenas começaram a limpar a pista e apesar de o piloto explicar que cada minuto era vital para salvar a jovem, a comunidade priorizou a segurança da decolagem.
Por quatro vezes, o piloto pediu que trouxessem a paciente para que pudesse decolar, dizendo que a pista estava segura o suficiente para esta operação mas somente após a conclusão da limpeza a jovem foi levada à aeronave pela liderança da Aldeia.
Finalmente, pouco antes do pôr do sol, ainda em tempo, o avião decolou com a adolescente e seus pais a bordo.
Após um voo de 20 minutos, a aeronave chegou a Lábrea, onde a equipe médica e da SESAI assumiu os cuidados com a indígena.
Graças à rápida mobilização de todos os envolvidos, a jovem recebeu o tratamento necessário e teve sua vida salva.

O casal de missionários, que havia sido proibido de entrar na aldeia, visitou a jovem e sua família no hospital. Durante os dias difíceis, eles ofereceram assistência, consolo e apoio espiritual, num momento de grande fragilidade.
Eles incentivaram a indígena a entregar sua vida nas mãos de Deus, a frequentar as reuniões da igreja estruturada na tribo, pois com certeza ela havia experimentado um milagre do qual ela poderia testemunhar sobre o cuidado soberano do Senhor, para fortalecer e abençoar outros jovens em sua Aldeia.
Esse casal de missionários, profundamente querido por esta comunidade indígena, demonstrou mais uma vez o amor e a gratidão que sentem por esse povo tão precioso.
Felizmente, a jovem foi resgatada e recebeu o atendimento necessário.
Hoje, ela está se recuperando da angústia e do sofrimento de uma experiência que a colocou entre a vida e a morte.

Esse episódio reforça o propósito de Asas de Socorro que é: cuidar e dar assistência a povos isolados e de difícil acesso.
Ao refletirmos sobre o ocorrido, uma pergunta nos vem à mente: o que seria dessa jovem se o amor de Deus não a tivesse alcançado por meio dessa ação conjunta entre Asas de Socorro, SESAI e FUNAI?
Esta experiência é um exemplo de que ainda há muito a ser feito. Em nosso vasto país, muitas comunidades isoladas carecem de apoio e cuidados específicos.
Como organização, desejamos ser uma força ativa na assistência a essas pessoas, que são irmãos e irmãs, filhos e filhas desta Nação.
Por amor às comunidades isoladas, pessoas que Deus ama, buscamos enxergá-las como Ele as enxerga, reconhecendo o privilégio de transmitir esse amor por meio de cuidado, compaixão e serviço diligente.
Que o Senhor continue nos ajudando a ser uma ferramenta de amor e esperança para os lugares mais remotos de nosso País.
| AVIAÇÃO MISSONÁRIA EM NÚMEROS
62 Destinos Diferentes
627 Passageiros
35.538 Kg de Cargas Transportadas
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| APRENDENDO COM O MESTRE

Marcos Luth compartilha sua experiência em um projeto na missão PURAQUÊ.
Em suas palavras, podemos perceber que tudo o que recebemos de Cristo é o melhor que podemos compartilhar com o próximo.
"Aprendi, ao longo das experiências, que uma comunidade só é forte quando pessoas diferentes trabalham juntas por um objetivo comum.
Se em nossos projetos houvesse apenas pessoas parecidas comigo, certamente não daria certo. Somos parte de um corpo, onde cada um exerce sua função, e é exatamente isso que torna tudo possível.
Deus escolhe pessoas diferentes e as usa conforme o Seu propósito, assim como fez com os doze discípulos. Apesar de serem tão distintos uns dos outros, Ele os uniu para cumprir uma missão.

Nestes dias aqui no Puraquequara, realizamos uma grande obra. Evangelizamos, cuidamos das pessoas, doamos e, ao mesmo tempo, recebemos o carinho da comunidade.
Não se tratou apenas de oferecer nosso tempo, atendimento de saúde ou arte, mas de dar tudo o que fosse possível para abençoar a comunidade com o amor de Deus. Tivemos a oportunidade de encorajá-los a mudar suas atitudes e incentivá-los a conhecer mais sobre Jesus, experimentando uma relação pessoal com Ele.

Antes de Cristo, minha vida era marcada pela tristeza. Hoje, é cheia de alegria. Mesmo quando nos cansamos nesses projetos, seguimos firmes e alegres, pois é na força Dele que servimos.
Nos projetos, sou Professor de Oficina, e isso é muito especial para mim, porque era exatamente o que Jesus fazia: Ele ensinava.
Jesus é o nosso fiel Mestre e continua nos ensinando. Eu sigo aprendendo com Ele e tento compartilhar da mesma forma que tenho recebido Dele.
Ser professor aqui não é apenas dar aulas, ensinar uma técnica ou passar uma informação. Vai além disso. É criar uma conexão real com as pessoas e formar uma família na fé."
| JÁ TEMOS AS DATAS PARA AS VIAGENS MISSONÁRIAS
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O amor de Deus sendo compartilhado com quem vive nos locais mais distantes!
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